segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Atitudes Perante o Livro


O livro a que nos referimos é a Bíblia, único na sua concepção e na forma como tem influenciado um incontável número de pessoas em todas as épocas, à volta do mundo. Continua a ser o mais lido, editado, estudado, amado por pessoas de todos os escalões etários, mas simultaneamente o livro mais odiado. Fala-nos acerca da vida, do futuro, da fé, de relacionamentos, e de muitos outros assuntos de interesse para a humanidade. O seu valor é de tal grandeza que Billy Graham chamou-lhe a “Constituição do Cristianismo”. A forma como certas pessoas lidaram e lidam com a Bíblia diz-nos com toda a certeza qual é a sua atitude perante ela. Conheça algumas delas.

Jim Jones - Atitude de Desrespeito

Quem viu o documentário que foi exibido na televisão sobre a vida de Jim Jones e a seita que ele criou, certamente que ainda se recorda do episódio em que ele atira uma Bíblia ao chão com alguma violência, num total desrespeito e até desafio à longanimidade de Deus, e pergunta: “Aconteceu-me alguma coisa”? Claro que naquele momento nada aconteceu. Ai de nós se Deus agisse imediatamente face aos nossos devaneios, aos actos irreflectidos que tantas vezes praticamos. Por outro lado, desenganem-se todos aqueles que acham que podem viver impunemente, quando desrespeitam a Deus e seguem o seu próprio caminho. Todos sabemos como terminou a sua vida. Não se brinca com Deus. Mais cedo ou mais tarde acabaremos por colher aquilo que semeamos. É inevitável!

O Rei Joaquim – Atitude Destrutiva

Joaquim não gostou do conteúdo do livro que Deus mandou escrever sobre a situação espiritual de Judá naqueles dias e não esteve com meias medidas, pegou numa faca e cortou-o aos pedaços lançando-o de seguida na lareira. No coração deste rei não havia lugar para o conselho de Deus, nem havia qualquer temor mesmo depois de ser aconselhado a não o rasgar. Aparentemente a Palavra de Deus havia sido destruída, mas por muito pouco tempo, pois de imediato um novo rolo foi escrito e desta vez com palavras bem duras de julgamento contra o rei. Toda a história pode ser lida no capítulo 36 de Jeremias.
Outros se têm levantado com uma atitude semelhante, como é o caso do Imperador Diocleciano que viveu no terceiro século, decretando que todas as cópias da Bíblia fossem destruídas. Destruir a Palavra de Deus é tarefa impossível para o homem, pois Deus não somente “vela pela Sua Palavra para a fazer cumprir” como a faz “permanecer para sempre” (I Pedro 1:23-25).


O Salmista - Atitude de Confiança

São do Salmo 119:105 as seguintes palavras: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho”. De acordo com as palavras do Salmista, caminhar/viver à luz da Palavra de Deus inspira confiança.
A propósito, quando era ainda criança, lembro-me de ver os meus pais a colocar na mesa de cabeceira no meu quarto uma Bíblia aberta no Salmo 91. Eles faziam-no porque tinham confiança na Palavra, acreditavam que o Senhor era “o meu Deus”, “o meu refúgio”, “a minha fortaleza” e que “debaixo das suas asas” estaria seguro. Naturalmente que a segurança daqueles que estão em Cristo não depende de ter a Bíblia nesta ou naquela posição ou dependência da casa, aberta neste ou noutro qualquer capítulo, como se de amuleto se tratasse. A nossa segurança está no autor da Bíblia, nas Suas palavras que podem ou não ser vida para nós, tudo dependendo da forma como as recebemos. A Bíblia, enquanto livro no seu formato de papel, é semelhante a qualquer outra obra. O que a distingue muito naturalmente dos demais livros, é a sua essência divina, apesar de escrita pelos homens. Pergunto: estamos nós a confiar plenamente na Palavra de Deus e na provisão que nos oferece ou o objecto da nossa confiança é outro? Se participar em lotarias, consultar o horóscopo, procurar o equilíbrio para a minha vida no Feng Shui, em quem estou a depositar a minha confiança, na realidade? Acreditem, vivemos dias de sedução espiritual, onde até os próprios crentes podem ser enganados.

Existem outras atitudes para além das acima mencionadas, como por exemplo a superstição que às vezes pensamos ter a haver com outras práticas religiosas contrárias à fé cristã. Pode suceder com a Bíblia também se pensarmos que ela pode ser um “talismã” que posso transportar religiosamente debaixo do braço esperando que algo de bom aconteça. Há por aí muitas “bugigangas” que as pessoas trazem consigo na tentativa de lhes proporcionar algum tipo de sorte, seja ao amor, nos negócios, ou em qualquer outra área. Achar que estou seguro só porque trago a Bíblia comigo, quando não a leio ou se pouca atenção presto aos seus ensinamentos, de nada me vale. Pode crer! Uma outra atitude igualmente perniciosa é a indiferença, que pode conduzir à ignorância, contra a qual o profeta Oseias nos adverte (Oseias 4:6). Existe também o preconceito por parte de certas pessoas, que procuram usar a Bíblia distorcendo-a para satisfazer o seu propósito (II Pedro 3:16). No meio de tudo isto, felizmente, há quem seja fiel ao Livro, respeitando-o, ao contrário do rei Joaquim. Uma dessas pessoas chama-se William Tyndale, que viveu no século XIV, um homem que amava a Palavra de Deus e acreditava que as Escrituras eram “propriedade do povo”. Segundo ele, até mesmo um “rapaz que guia os cavalos que puxam a charrua” deveria conhecer a Escritura. O seu zelo pela Palavra custou-lhe a prisão e, posteriormente, a morte.

Que atitude desperta em si este Livro?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Resultado de Inquérito à Gripe A

Quisemos saber o que pensam os membros/frequentadores dos locais de culto afectos às igrejas evangélicas em Portugal face à pandemia da gripe A. A pergunta com duas respostas possíveis, sim ou não, era a seguinte: Elevando-se o nível de pandemia da gripe A, deverão as igrejas evangélicas fechar temporariamente?

Durante 12 dias esteve aberta a votação, obtendo-se um total de 70 votos assim distribuídos: 65 votos a favor do não o equivalente a 92%, e 5 votos a favor do sim o equivalente a 7%. Claramente ganhou o não, o que expressa o desacordo com o fecho temporário das igrejas e sugere a disposição da esmagadora maioria dos participantes em continuar a ir aos cultos, mesmo em caso de agravamento da pandemia.

Sinais dos tempos II


Alguns dias depois de participar na apresentação do projecto “Um Milhão de Líderes” em Portugal, na Faculdade de Medicina Dentária, no passado mês de Junho, comentava com um colega de ministério acerca das incidências da reunião, particularmente a intervenção de Marcos Witt, baseando-se no texto bíblico de Mat. 20:20-28.

A sua mensagem tinha por pano de fundo a liderança na igreja, em que a figura do bom pastor (Jo. 10:11) é evidenciada, contrastando com os supostos pastores que privilegiam mais a posição do que o serviço às ovelhas. Falámos também de um outro aspecto que tem a haver com a visibilidade, os títulos, que a alguns preocupa sobremodo nestes dias. Aqui o meu amigo lembrou-se de um site que recentemente tinha visto, onde um certo líder apresentava um rol infindável de títulos, cargos, nomeações, entre outros. Um espanto! Pessoalmente não tenho nada contra a “folha de serviço” de cada um, conseguida por mérito próprio, certamente. Mas a sua ostentação, confesso que me deixa preocupado. Depois há também aqueles que se sentem incomodados se não forem reconhecidos como tal. Certa vez li nas Selecções do Reader’s Digest uma frase muito interessante: “Não te apresses a mostrar aquilo que sabes e o que possuis, espera que te peçam para o fazeres”.

Se alguém podia “puxar dos galões” e mostrar as suas “credenciais” era o apóstolo São Paulo. Henry Gariepy, no seu livro “100 Portraits of Christ”, referiu: “O Apóstolo Paulo podia considerar-se a si próprio a prima donna da primitiva igreja”. Quando escreve à igreja que está na capital do Império Romano, ele apresenta-se do seguinte modo: “Paulo, servo de Jesus Cristo” (Rom. 1:1). Pedro, um dos doze escolhidos por Jesus, também não manifesta qualquer pretenso reconhecimento por algum título na liderança da igreja, pois assume-se como “Simão Pedro, servo…” (II Pd. 1:1). É evidente que a maior preocupação de Paulo não era exibir títulos ou cargos para impressionar, mas servir de exemplo. Quando ele está a falar para os anciãos em Éfeso, procura ensiná-los como pastorear o rebanho, como ser um exemplo (At.20:18,19). Numa outra ocasião disse: “Sede meus imitadores….” I Cor.11:1). Uma cuidadosa observação sobre o seu ministério, mostra o quanto precisamos de ser seus imitadores, tê-lo como modelo. E de que forma Paulo pode servir de modelo para nós? Na humildade, por exemplo, quando lemos: “A mim, o mínimo de todos os santos…”(Ef.3:8), “servindo ao Senhor com toda a humildade” (Actos 20:19). Quando às suas qualificações, atribui inteiro mérito à graça que lhe “ foi dada…” (Ef.3:8). Sim, se havia alguém que podia orgulhar-se na carne, que podia apresentar todo um background cultural, de cidadania, de conhecimento e zelo religioso, era este homem. O que fez ele com tudo isto? Ele próprio nos responde: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo (Filip.3:3-8). É verdade que ele o fez para “receber a Cristo”. Mas a sua postura era idêntica em tudo. Se havia alguém que podia evidenciar-se com base no mérito próprio, Paulo era o mais qualificado.

A questão da visibilidade, da notoriedade, dos títulos, dos cargos relevantes, do reconhecimento pela posição não é coisa nova, pois já no tempo de Jesus havia tais pretendentes. Numa certa ocasião, dois dos seus discípulos que ambicionavam por promoção e posição de destaque no Reino de Deus, os filhos de Zebedeu, para alcançar a sua pretensão até puderam contar com a ajuda da sua mãe. Aproximando-se do Mestre disse: “Concede que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino” (Mateus 20:20,21).

Jesus deita por terra as pretensões destes dois discípulos com uma expressão surpreendente: “Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva.” E mais, “E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro será vosso servo”. Palavras duras, difíceis de encaixar se pensarmos que elas são precisamente o oposto daquilo que o mundo ambiciona: prazer, posses, fama, sucesso. A nossa maior necessidade hoje é de pessoas preocupadas e comprometidas em servir os outros, à semelhança de Jesus: “assim como o filho do homem não veio para ser servido…”. Imagine, o Rei dos Reis, um servo! Que paradoxo!